A série Mad Men se tornou um ícone da cultura pop ao retratar o mundo da publicidade nas décadas de 1960 e 1970. O charme do escritório, os anúncios impressos e os métodos tradicionais de marketing nos mostram como a comunicação evoluiu. Mas se a história fosse transposta para os dias atuais, com todos os avanços tecnológicos e transformações no comportamento do consumidor, os enfoques seriam completamente diferentes.

A revolução digital e o impacto dos smartphones

Nos anos 60, campanhas eram planejadas em grandes reuniões e executadas em mídia impressa, rádio ou televisão. Hoje, a comunicação gira em torno de plataformas digitais e smartphones, que permitem alcance instantâneo e mensuração precisa dos resultados. Imagine Don Draper trabalhando em campanhas integradas para redes sociais, aplicativos e vídeos curtos, acompanhando dados de cliques, impressões e comportamento do público em tempo real.

O smartphone transformou o público em uma audiência constante, sempre conectada e exigente, o que mudaria completamente o ritmo da narrativa. Estratégias de marketing precisariam ser ágeis, interativas e constantemente adaptadas, refletindo a velocidade da informação e o consumo imediato de conteúdo.

Storytelling, conteúdo e personalização

Na época retratada, a narrativa dos anúncios era criada para um público amplo, sem segmentação detalhada. Hoje, a comunicação é guiada por conteúdo personalizado e storytelling adaptado a diferentes perfis e canais.

Se a trama se passasse no presente, os roteiros incluiriam equipes analisando dados de usuários, criando personas digitais e planejando campanhas de remarketing. A narrativa publicitária não seria apenas visual ou textual: envolveria vídeo, áudio, experiências interativas e até realidade aumentada, sempre pensada para gerar identificação e relevância junto ao público de cada produto ou serviço.

Ética, transparência e propósito de marca

Nos anos 60, os profissionais de publicidade tinham liberdade quase total para persuadir o público sem muitas regras. Hoje, os dilemas criativos incluiriam decisões sobre práticas sustentáveis, diversidade nas campanhas e comunicação verdadeira com o consumidor, refletindo o aumento da consciência do público e a exigência por marcas autênticas.

Além disso, o marketing moderno valoriza propósito e experiências de marca. Cada campanha precisa refletir não apenas o produto, mas também a identidade da empresa, seu impacto social e cultural. Isso adicionaria uma camada a mais de complexidade à narrativa, tornando as estratégias criativas mais desafiadoras e, ao mesmo tempo, mais significativas para o público contemporâneo.

Transportar o universo de Mad Men para os dias atuais revelaria uma combinação de tecnologia, dados, personalização e ética transformando o trabalho da publicidade. A série, que encantou pelo charme retrô, ganharia novas dimensões ao mostrar como o marketing moderno equilibra criatividade e análise, emoção e dados, história e inovação.

Mesmo com tantas mudanças, a essência da comunicação permanece: conectar pessoas a ideias e experiências, independentemente da década ou da tecnologia disponível.