Por muito tempo, o Google foi a porta de entrada para qualquer tipo de pesquisa. E a TV, o principal meio para acompanhar notícias, esportes e entretenimento. Mas isso ficou no passado. A Geração Z está redefinindo a lógica da busca e do consumo de conteúdo, e as marcas precisam acompanhar essa mudança para continuar sendo vistas e relevantes.
Hoje, procurar dicas de viagem, restaurantes, tendências ou até diagnósticos rápidos acontece nas redes sociais, inclusive nos grupos de WhatsApp. E os jogos que antes eram acompanhados apenas na televisão ou indo no estádio, agora são assistidos pelo celular, comentados em comunidades e nos chats das transmissões do Youtube. Todos com reações em tempo real. A pergunta que se impõe é: sua marca está sendo encontrada onde o público realmente procura?
A nova lógica da busca e do consumo
A busca deixou de ser apenas textual e virou visual, direta e social. Para quem cresceu em meio a vídeos curtos, linguagem ágil e algoritmos inteligentes, o Google já não é o único nem o mais eficiente caminho. Plataformas como TikTok, YouTube e Instagram ocupam esse lugar, entregando exatamente o que o usuário quer, do jeito que ele espera e na hora desejada.
Esse comportamento influencia diretamente as decisões de compra e a descoberta de marcas. A presença digital precisa ir além de um bom SEO no Google. É necessário estar inserido na cultura de cada plataforma, com conteúdos que se encaixam no formato e na linguagem local. Em outras palavras: ou você é encontrado no feed, ou está fora do mapa.
Métricas antigas não explicam novos hábitos
Enquanto o consumo evoluiu, a medição de audiência continua, em muitos casos, olhando apenas para a televisão aberta. Modelos baseados em aparelhos fixos instalados em residências ignoram milhões de visualizações feitas em dispositivos móveis e nos canais do Youtube. Esse descompasso gera distorções importantes nos dados.
Marcas podem deixar de investir em canais extremamente relevantes porque os números simplesmente não mostram o que está realmente acontecendo. O mercado precisa de métricas compatíveis com o comportamento atual, e isso significa considerar dados reais vindos diretamente das plataformas digitais, não apenas dos métodos tradicionais de medição.
O mercado começa a reagir
Esse debate ganhou força recentemente com a repercussão de uma carta aberta enviada ao mercado pelo canal CazéTV. A crítica foi clara: os métodos tradicionais de medição ignoram uma parcela enorme da audiência digital, especialmente dos jovens que assistem pelo celular, interagem nos comentários e constroem uma experiência coletiva e conectada.
Além disso, a carta levanta um ponto crucial: plataformas como YouTube, Meta, TikTok e Netflix trabalham com dados próprios (first-party data), com um grau de precisão e transparência muito superior. A unificação forçada entre TV e digital, se feita com base em metodologias antigas, pode levar a decisões erradas e a investimentos mal direcionados.
Se o seu conteúdo não aparece onde o público busca, ele não existe. A lógica da visibilidade mudou. Marcas que ainda concentram esforços apenas no Google ou na TV aberta correm o risco de ficarem invisíveis para uma geração inteira. O futuro da comunicação exige adaptação e presença verdadeira, na tela, no feed e na conversa.